Pára-pente: quase um vício

     As características do esporte são diferentes do pára-quedismo. Os vôos de pára-pente podem durar horas. Dependendo das condições do tempo, claro. O velame, ou vela, tem diferenças em relação ao pára-quedas. É mais comprido e estreito.

     Assim, permite vôos mais longos e com maior dirigibilidade. Ficar horas voando e acompanhar as correntes térmicas de ar, que impulsionam a vela, chega a ser uma terapia. Geralmente, esse esporte é praticado em regiões montanhosas. Do alto, avistam-se cidades, serras, rios e vales.

     Por vontade de estar sempre nos ares, o pedreiro Mauro Sidney, de 50 anos, procurou um curso de pára-pente e há quatro anos é um praticante assíduo do esporte. Sidney lembra que o fascínio pelo vôo vem desde sua infância. Ele conta que, quando tinha 11 anos, amarrou um saco de estopa nas costas, no melhor estilo super-homem, e pulou do muro de sua casa. Ralou-se todo e ainda levou uma surra da mãe. "Desde criança eu sonhava voar", diz. A paixão pelos ares é tanta, que não imagina parar. "Nem sei o que seria de mim sem o vôo."

     Para outros, o pára-pente é quase um vício. A engenheira da Computação Sônia Emi Sato fez o curso há dois anos e atualmente, sempre que possível, voa com seu pára-pente. Deixa São Paulo, onde mora, nas sextas-feiras à noite e vai para Andradas, no sul de Minas, a 220 quilômetros de São Paulo, para praticar o esporte. "Acho fascinante", revela Sônia.

     O pára-pente surgiu na década de 80, da vontade que alpinistas europeus tinham de voar. Eles abriam pára-quedas adaptados e saiam correndo pelas montanhas até decolarem. A partir daí, a prática do esporte, também chamado de paragliding, foi difundida pelo mundo. O equipamento também evoluiu bastante, para adequar-se às características do esporte e aumentar a segurança.

     "É cada vez maior o número de pessoas que querem praticar o esporte", conta o instrutor da escola de pára-pente Wind Company, Cláudio Feitosa, o Kiko. Praticante do esporte há 19 anos, Kiko acredita que, apesar de ainda freqüentes, as dúvidas com relação à segurança do pára-pente estão acabando. "A busca das pessoas por mais informações a respeito da prática tem contribuído bastante para a expansão da atividade no País."

L.G.

 

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