Meu salto de pára-quedas


     O que sente uma pessoa que pratica vôo-livre (paragliding) quando salta de pára-quedas ?

     Sábado, dia maravilhoso e ensolarado, indicando aos voadores de parapente que este seria o dia perfeito para aquele lindo vôo!

     Posição do vento - Noroeste - Rumo a ser tomado - Pedra Grande -Atibaia-SP. Para quem voa de paraglider seria a maior farofa (ótimos vôos), mas neste dia o rumo foi outro e a aventura também. Saltar de pára-quedas.

     Local - Azul do Vento Skydive Campinas – Uma das melhores áreas para cursos e saltos duplos de pára-quedismo. O coração gelado e um sentimento de curiosidade. Será que iria abandonar o vôo-livre e mudar de esporte? Como será a queda livre, a abertura do velame e a navegação até o pouso?

     A Equipe Azul do Vento, com toda técnica e experiência, transmite aos marinheiros de primeira viagem que a emoção é muito grande! Vale a pena conferir!!!

     Começa a preparação para a nova aventura. Vestir o macacão, amarrar os cabelos, guardar anéis, etc. Aí começou o briefing para o salto: posição de saída do avião, procedimento após a abertura do pára-quedas, posição das pernas no salto.

     Teoria passada em 20 minutos, vamos para a prática.

     Decolagem do avião perfeita. Cabeçeira 34 do Aeroclube dos Amarais (Campinas - SP). A subida é impressionante. Em apenas 12 minutos já estaríamos prontos para o salto, numa altura de 12.000 pés (4.000 metros) acima da área de pouso.

     Para quem pratica paragliding, como eu, a subida se compara a uma violenta térmica, que nos faz subir muito rápido.

     Dentro do avião 15 pára-quedistas e dois duplos. A conversa entre os dois tandens: "Acho que este gancho está um pouco enferrujado! ", ou , "Acho que rasguei o velame principal" só para descontrair.

     Quando a porta abriu foi magnífico, o som do vento era muito forte e a cada vez que alguém saltava - Flupt!!! Fazia um som mais alto ainda e sumia.

     Salta um, outro e outro e chega a nossa vez! Na pontinha da porta e junto a grandiosidade do vento, o som parecia nos chamar a mergulhar na imensidão do céu azul. A saída foi animal! Ao invés de mergulhar direto, fazemos um giro no céu, como se estivéssemos dando um salto para traz.

     Em queda livre a mais ou menos 200km/h, ficamos de frente para o Prince (cameraman). Foram 55 segundos de pura adrenalina e liberação de qualquer stress. Renato sinaliza o fim da queda. Prince se separa de nós e Renato rapidamente aciona a abertura do velame.

     O som do vento já é mais conhecido, soprava mais tranqüilo como no vôo de parapente. A posição do corpo porém é diferente. Enquanto no paraglider vamos sentados numa espécie de "poltrona" – que recebe o nome de selette, no pára-quedas somos fixos pela parte de cima do corpo, ficando de pé.

     A navegação também é muito mais rápida. Para fazer uma curva é preciso afundar muito mais os batoques para o lado onde se deseja ir. Característica do velame para duplo, que estávamos usando. (Depois fiquei sabendo que os velames de alta performance também são mais sensíveis).

     Pertinho do pouso, curva padrão, seguindo os pára-quedistas que saltaram primeiro. Entramos no circuito e pronto, pouso super tranqüilo e em pé.

     A sensação foi maravilhosa, apesar de durar pouco. Bom, acho que vou ter que fazer o curso. Me convenceram. (mas não vou abandonar o vôo-livre...)

     Vai aí uma grande dica para quem quer ficar em ALTO ASTRAL.

     

Lú Fernandes

 

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